O Sindicato Nacional dos Empregados Bancários de Angola (SNEBA) classificou o Plano de Recapitalização e Reestruturação do Banco Sol como reflexo de uma “gestão irresponsável e de tremenda incúria” por parte dos gestores de topo e, possivelmente, com a cumplicidade dos accionistas. Em nota publicada no seu site oficial, o sindicato exige penalizações aos responsáveis de alto nível, em vez de culpar os trabalhadores, que, segundo a organização, “se tornam capim na contenda dos elefantes”.
A SNEBA critica a falta de responsabilização de gestores e banqueiros por práticas de gestão danosa no país. Segundo o sindicato, “parte significativa do crédito malparado foi concedido a pessoas de grupos de pertença e de alianças interesseiras (compadrios)”. A organização considera incompreensível que o Banco Sol enfrente problemas de rentabilidade, falta de liquidez, uma elevada carteira de crédito malparado, insuficiências no controlo interno e incumprimentos com fornecedores, especialmente após a distribuição de dividendos a accionistas, membros dos órgãos sociais, gestores e trabalhadores no fecho do exercício de 2023.
No âmbito do Plano de Recapitalização e Reestruturação (PRR), aprovado em Janeiro de 2025 e validado pelo Banco Nacional de Angola (BNA) em Abril, o Banco Sol anunciou o encerramento de 39 balcões em 10 províncias, resultando na perda de centenas de empregos. Em comunicado, a instituição lamentou a decisão, destacando que “cada nome representa uma história, uma presença e um contributo” essencial para o banco. O PRR, segundo o Banco Sol, visa assegurar a sustentabilidade, viabilidade e competitividade da instituição face às exigências do sector financeiro e à conjuntura económica actual.
O SNEBA apelou ao BNA para criar mecanismos de controlo rigoroso sobre os tomadores de créditos incobráveis, que, segundo o sindicato, têm causado prejuízos significativos ao sistema financeiro devido às “incúrias dos accionistas e gestores de topo”.
Fonte: Valor Económico