A Transportes Colectivos Urbanos de Luanda (TCUL) enfrenta uma crise financeira que está a impactar diretamente os seus trabalhadores. Segundo informações apuradas, a empresa não está a pagar os subsídios de férias, gerando um clima de descontentamento entre os funcionários.
José António Panzo, primeiro secretário da Central Geral de Sindicatos Independentes e Livres de Angola (CGSILA), em declarações ao Novo Jornal, classificou a situação como “inadmissível”. Para o sindicalista, a crise financeira alegada pela direcção da TCUL é uma questão deliberada. “Mesmo durante a pandemia de Covid-19, com receitas reduzidas, a empresa nunca deixou de pagar os subsídios de férias”, afirmou Panzo, sublinhando que o Executivo angolano tem apoiado a TCUL com a aquisição de novos autocarros e subsídios para combustíveis.
O sindicalista revelou ainda que, dos mais de 600 autocarros da frota da TCUL, apenas 73 estão operacionais. “Recentemente, o Governo entregou 153 novos autocarros para melhorar o transporte público em Luanda, mas a maioria já está inoperante por falta de manutenção, peças e seguros”, lamentou Panzo, criticando a gestão da empresa por não priorizar a manutenção dos veículos.
Em resposta, o presidente do conselho de administração da TCUL, Nelson Pereira Jorge, confirmou a “grave crise financeira” da empresa, justificando que as receitas actuais apenas cobrem os salários dos trabalhadores. “Dos centenas de autocarros que possuímos, apenas 73 estão em pleno funcionamento”, explicou Jorge, garantindo que, com o reforço da frota previsto para breve, a questão dos subsídios de férias será resolvida.
Jorge contestou a representatividade da CGSILA, afirmando que o Bureau Sindical Austral é o único sindicato reconhecido pela TCUL. “Temos dialogado com os representantes do Bureau Sindical Austral sobre a situação financeira da empresa. A CGSILA não é reconhecida”, declarou.
A situação na TCUL levanta preocupações sobre a sustentabilidade do transporte público em Luanda, numa altura em que a capital enfrenta desafios crescentes na mobilidade urbana. A resolução desta crise dependerá de uma gestão mais eficiente e de medidas concretas para revitalizar a frota e garantir os direitos dos trabalhadores.
Fonte: Novo Jornal