Luanda enfrenta, há vários dias, uma preocupante escassez de gás de cozinha, com cidadãos a percorrerem os pontos de venda em busca do produto, que se tornou raro e, em alguns casos, é vendido a preços elevados, chegando a 5 mil kwanzas por botija. A situação tem gerado longas filas e descontentamento entre a população, que descreve a procura pelo gás como uma verdadeira “caça ao ouro”.
Apesar de a Sonangol Gás e Energias Renováveis (Sonangás) negar oficialmente qualquer problema no fornecimento, a realidade nas ruas da capital angolana contraria essa afirmação. Em diversos pontos de venda, os stocks esgotam rapidamente, e os revendedores enfrentam dificuldades para atender à procura.
Mateus Jorge, gerente de um restaurante na baixa de Luanda, expressou a sua indignação: “É inadmissível que uma cidade como Luanda esteja há duas semanas sem gás. O Governo precisa de assumir que há um problema e trabalhar para resolvê-lo. A narrativa da Sonangás de que está tudo bem não convence.”
No último domingo, 10 de agosto, o presidente da Comissão Executiva da Sonangás, Manuel Barros, acompanhado pela sua equipa, visitou alguns pontos de venda abertos na capital. Durante a visita, o responsável atribuiu a escassez a medidas preventivas tomadas pelos revendedores, que encerraram os estabelecimentos devido a receios de assaltos durante recentes manifestações. “Os revendedores, por precaução, optaram por fechar os seus espaços, o que afectou a distribuição”, justificou.
Para mitigar o problema, a Sonangás anunciou que, ainda esta semana, serão introduzidas no mercado 55 mil botijas de gás, uma medida que, segundo a empresa, visa normalizar o abastecimento. A companhia assegura que possui stock suficiente para garantir a distribuição contínua em todo o país.
Fonte: Novo Jornal