Com a eleição do presidente João Lourenço em 2017, espera-se um mudança significativa no país, mas não pela negativa. Ele assumiu o cargo com a promessa de combater a corrupção, revitalizar a economia e fortalecer a democracia no país. No entanto, desde então, surgiram preocupações legítimas sobre os excessivos poderes concedidos ao Presidente Lourenço, que já representam um ´serio problema para a consolidação democrática do país.
Uma das principais críticas ao Presidente João Lourenço é a interferência que recorrentemente faz noutros poderes, minando o equilíbrio e a separação de poderes. Lourenço tem amplos poderes, toma decisões unilaterais em todas áreas da vida pública.
Essa centralização do poder executivo pode prejudicar o sistema de freios e contrapesos, pois limita a participação e a influência de outros actores políticos, como o Parlamento e a sociedade civil, na tomada de decisões importantes para o país. Além disso, essa concentração excessiva de poder criou um ambiente propício para abusos e práticas autoritárias, ameaçando os princípios democráticos fundamentais.
Supressão da Liberdade de Expressão e Direitos Humanos
Outra questão preocupante é a crescente restrição à liberdade de expressão e aos direitos humanos durante o mandato do presidente João Lourenço. Embora tenha prometido um ambiente mais aberto e tolerante para o jornalismo e a sociedade civil, tem havido notícias de intimidação, censura e perseguição a jornalistas, activistas e opositores políticos.
Essas restrições afetam negativamente a participação política, minando a diversidade de opiniões e a transparência necessárias para um sistema democrático saudável. A sociedade civil desempenha um papel crucial na fiscalização do governo e na proteção dos direitos fundamentais, e a limitação de suas actividades representa um retrocesso para a democracia em Angola.
Corrupção Persistente
Embora o presidente Lourenço tenha adoptado uma postura de combate à corrupção, a persistência desse problema em Angola coloca em dúvida a eficácia de suas ações. Embora alguns casos de corrupção tenham sido investigados e resultado em condenações, ainda há preocupações sobre a selectividade e a falta de transparência no processo de combate à corrupção.
Ademais, há preocupações sobre o uso político dessas investigações, como uma forma de eliminar adversários políticos e consolidar ainda mais o poder presidencial. A luta contra a corrupção deve ser uma prioridade para a consolidação democrática, mas deve ser conduzida de forma imparcial, transparente e respeitando plenamente o Estado de Direito.