Carlos Feijó é um renomado jurista e político do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA) que José Eduardo dos Santos promoveu para várias posições no seu governo. No entanto, nos últimos anos, Feijó tem buscado se distanciar da administração JES, expressando críticas e mostrando um desejo de reformas políticas.
Feijó nasceu em 1963, em Luanda, capital de Angola. Ele estudou direito e se formou na Universidade Agostinho Neto, uma das principais instituições de ensino superior do país. Sua formação jurídica o levou a envolver-se em questões legais e políticas desde cedo. Começou a privar com JES quando tinha 26 anos de idade. A sua entrada no regime, aconteceu depois que ele e um outro membro do MPLA, André “Passy” terem terminado “muito” cedo as suas respectivas licenciaturas em direito. Ambos foram inicialmente sondados para prestar apoio técnico a uma comissão constitucional da antiga Assembleia do Povo (AP), a época do partido único. (O Presidente da AP era Dino Matross). Em Junho de 1990, o Presidente José Eduardo dos Santos acabaria por lhe nomear para o cargo de Vice-Ministro do Trabalho (Era o governante mais novo do governo).
Em 1991, Carlos Feijó foi exonerado da pasta de Vice-Ministro do Trabalho para ser nomeado secretario adjunto do Conselho de Ministro de Estado. No ano a seguir, acabou por ser ele, o chefe integral da pasta de Secretário do Conselho de Ministros.
Desempenhou as funções de assessor presidencial para os Assuntos Regionais e Locais, cargo que exerceu por cerca de quatro anos. Em Janeiro de 2004 JES o tornou Chefe da Casa Civil do Presidente da República cargo que ocupou por 11 meses. A sua exoneração desta função deveu-se a desentendimento com o então Secretário do Conselho de Ministro, António Van-dúnem “Toninho”. Fontes bem posicionadas dizem que os dois entraram em vias de facto num encontro tenso que tiveram com JES.
Em 2009, “cozinhou” a actual constituição da República de Angola, aprovada pela Assembleia Nacional em 2010. Após a feitura da constituição, o PR instruiu-lhe a desenhar e a propor a estrutura do futuro executivo introduzindo a figura dos Ministros de Estado e a redução ou extinção de algumas pastas governamentais.
Após aprovação da Constituição, foi nomeado Chefe da Casa Civil e Ministro de Estado do governo de JES. Em meios, do poder político angolano dizia-se que a personalidade que exercia de “facto” o papel de “segunda” figura do Estado angolano era Carlos Feijó.
No entanto, o período de governação de José Eduardo dos Santos foi marcado por críticas internas e externas sobre a falta de transparência, corrupção e restrições aos direitos humanos. Muitos críticos afirmam que o governo centralizou o poder e suprimiu a dissidência, o que levou a um ambiente político conturbado.
Busca de Distanciamento e Reforma
Após a saída de José Eduardo dos Santos da presidência em 2017, Carlos Feijó começou a manifestar um de distanciamento dos actos da administração passada. Ele se posicionou como um defensor da renovação política e da reforma.
Feijó também tem sido crítico em relação à corrupção e à má gestão de recursos durante a era de Santos. Ele defende a necessidade de uma maior transparência e responsabilização, afirmando que isso fortaleceria a confiança do público nas instituições governamentais.
Feijó tem sido criticado por não ter feito nada ou pouco quando era número dois da gorvernação de JES e por não reconhecer o seu papel de co-participante na gestão que criou o actual estado social e económico do país. A trajectória de Carlos Feijó reflecte as complexidades da política angolana, comentou um analista que prevê que João Loureço também será apunhalado assim que deixar o poder.