A Nigéria ‘acordou’ com uma greve instalada desde as primeiras horas desta segunda-feira, 3, após fracasso das negociações sobre o reajuste do salário mínimo para 615.500 nairas (413 dólares), contra os 60.000 (40 dólares) propostos pelo Governo do presidente Bola Tinubu.
Segundo a imprensa local, trata-se de uma greve instalada por tempo indeterminado, que no seu primeiro dia já ‘forçou’ o cancelamento de voos, cortes na electricidade,‘fechou as portas’ das escolas e de vários outros serviços.
Na capital do país (Abuja), por exemplo, as repartições públicas, as estações de serviço e os tribunais foram encerrados, enquanto longas filas se formavam do lado de fora dos portões fechados do aeroporto da cidade, de acordo com dados divulgados pela AFP.
Referenciada pela imprensa local, uma fonte próxima da Autoridade Federal dos Aeroportos da Nigéria (FAAN) adianta que, além dos voos domésticos cancelados, as previsões apontam para o encerramento do o aeroporto nesta terça-feira, 4.
Os cortes na electricidade ocorreram por volta das 2h19 do desta segunda-feira, 3, na sequência de declaração intitulada “Desligamento da rede: o sindicato desliga deliberadamente a rede nacional”.
De acordo com o porta-voz da Empresa de Transmissão da Nigéria (TCN,na sigla em inglês), Ndidi Mbah, a acção foi deliberadamente levada a cabo pelos trabalhadores.
“A Empresa de Transmissão da Nigéria informa ao público em geral que o sindicato desligou a rede nacional, resultando num apagão em todo o país. O desligamento da rede nacional ocorreu por volta das 2h19 desta manhã, 3 de junho de 2024″, lê-se no comunicado citado.
Desde que chegou ao poder, diz a imprensa local, Bola Tinubu acabou com os subsídios aos combustíveis e com o controlo cambial, o que levou a uma triplicação dos preços da gasolina e a um aumento do custo de vida, uma vez que a naira caiu em relação ao dólar. Economia & Mercado