Em igual período, a Refriango, através da marca Tigra, desembolsou aproximadamente 100 milhões de kwanzas para projectos de responsabilidade social.

A Refriango exportou, durante os primeiros seis meses do ano, um volume de bebidas avaliado em 1,5 milhão de dólares, segundo Tânia Jardim, administradora de marketing da cervejeira angolana de origem portuguesa.

Em entrevista à Economia & Mercado, Tânia Jardim explica que a instituição exporta bebidas para países como a Namíbia, Zâmbia, Moçambique, Congo, República Democrática do Congo (RDC), São Tomé e Príncipe, Cabo Verde, Guiné-Bissau e Portugal.

Mas, até Janeiro de 2025, a vizinha RDC poderá ‘sair’ da lista dos destinos de exportação da Refriango, quando estiver concluída a nova unidade fabril para a produção de bebidas, que está a ser construída com um investimento de pelo menos 75 milhões de dólares.

A instituição não revela detalhes sobre a infraestrutura e seu respectivo funcionamento, mas explica que representa sua ambição em poder fazer marca no continente.

Na sequência da data comemorativa do Dia Internacional da Cerveja, que se celebrou a 2 do mês corrente, a Refriango lançou várias iniciativas, visando não apenas reforçar a sua posição no mercado, enquanto grupo cervejeiro, com as marcas que compõem o seu portefólio como a Tigra, Brava, Birra, Super Bock e Cristal, mas também oferecer e envolver os consumidores com experiências que ultrapassem o consumo de bebidas.

“Estamos a produzir muito mais cerveja do que produzimos no ano passado”

Apesar das dificuldades decorrentes da ‘demorada’ guerra entre Rússia e Ucrânia – que influencia no aumento do preço das matérias-primas, devido à escassez -, a cota de mercado da Refriango mantém na trajectória crescente.

“Acreditamos que hoje temos uma posição de mercado de cerca de 20%. Nós estamos a produzir muito mais cerveja do que produzimos no ano passado. Portanto, isto significa que há cada vez mais uma procura maior pelas nossas cervejas”, revela Tânia Jardim, explicando que em Janeiro de 2019 a cota de mercado da Tigra, por exemplo, fixou-se em sensivelmente 7%.

De acordo com a administradora de marketing, desde que começou a guerra entre Russia e Ucrânia, a Refriango tem incrementos de 30% no valor das matérias-primas. “E, como sabe, matérias-primas são compradas em divisas”, acrescenta.

“Hoje temos, de facto, uma procura muito grande pela cerveja Tigra. O que é que nós desenvolvemos nos últimos 5 anos? Nós trouxemos um portfólio mais robusto”, explica.

Dados avançados pela responsável pelo marketing indicam que a produção anual de Super Bock e a Cristal é de cerca de 7 milhões de litros, inferior que os cerca de 113 milhões de litros da Tigra e os cerca de 500 mil litros da Brava.

Instituição investiu 100 milhões de kwanzas em projectos sociais

A Refriango, através da marca Tigra, desembolsou aproximadamente 100 milhões de kwanzas nos primeiros seis meses do ano para projectos de responsabilidade social, nos sectores da educação, cultura e do desporto.

“Vamos dividir isto em duas responsabilidades sociais. Uma responsabilidade social corporativa. Isso tem a ver com a Refriango. E depois temos aquilo que eu chamo marketing de propósito”, explica Tânia Jardim, sublinhando que dentro do marketing de propósito cada uma das marcas dentro da instituição abraça uma causa.

No caso da cerveja Tigra, por exemplo, que acredita ter consumidores com idades entre 18 e 24 anos, a Refriango trabalha o pilar da educação, acreditando que jovens instruídos fazem escolhas conscientes.

De acordo com Tânia Jardim, entre os projectos do pilar da educação consta os Prémios Tigra Nova Garra, que visam elevar e trazer para o conhecimento da sociedade civil jovens absolutamente extraordinários.

“São jovens que estão a fazer a diferença dentro das suas comunidades, nas áreas da saúde, educação, tecnologia, ambiente e sustentabilidade, esporte, arte e música. São sete categorias”, sublinha a administradora da Refriango, explicando que não é o prémio apenas que muda as vidas dos jovens, mas todo o acesso, toda a visibilidade que o projecto oferece.

Ao nível do desporto, fala do “soca no seu bairro”, praticado nos bairros, e o Gira-Tigra com futebol de praia. “E todos os anos fazemos este campeonato na Arena da Ilha. Acontece normalmente no primeiro trimestre do ano. Agora, o novo desporto da moda, que é o Padel, também patrocinamos este tipo de torneios”, finaliza.

Regresso da Refriango à Gulfood

A Refriango regressou, neste ano, à Gulfood, a maior feira mundial de alimentação e bebidas, que decorreu no Dubai, de 19 a 23 de Fevereiro, com o objectivo de reforçar a sua posição como uma das principais exportadoras de bebidas do País.

“Eu acho que foi muito importante, acima de tudo porque nós estamos bastante focados em continuar a expandir os nossos produtos dentro do continente africano, Ásia e Europa. Portanto, hoje nós já temos os nossos produtos a serem exportados de Angola para vários países do continente africano e também para Portugal e outros países da Europa que estamos neste momento a iniciar negociações, mas também para a Ásia.  Economia & Mercado

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