Poucos dias após o Ministro de Estado e Chefe da Casa Militar do Presidente da República ter denunciado o envolvimento de governantes, generais e comissários no tráfico de combustívieis, a história ganha mais um capitulo envolvendo um alto funcionário do Estado.

Segundo a página Defesa Africana, duas empresas ligadas ao Ministro do Interior, Eugênio César Laborinho, estão no centro de uma denúncia de envolvimento com o tráfico de combustíveis em Angola. As empresas Labuta Transporte & Logística e Aeternu pertencem ao Ministro e têm como CEOs seus filhos, Leandro Laborinho e Mauro Laborinho. A Labuta atua no transporte de mercadorias e combustíveis, enquanto a Aeternu domina o mercado angolano de materiais de prevenção e combate a incêndios, fornecendo extintores e vestuários especializados.

O denunciante não forneceu detalhes sobre o modus operandi das duas empresas no tráfico de combustíveis, mas avança que entre clientes dessas empresas estão a Biocom, de Manuel Vicente, a estatal Sonangol Logística e a gigante brasileira Odebrechte e assinala que a relação dessas empresas com o governo e o mercado de combustíveis tem sido alvo de questionamentos.

Em 2022, a página Defesa Africana já havia denunciado possíveis irregularidades após o decreto presidencial nº 145-17 – DTSER, que tinha como objetivo reduzir a taxa de mortalidade em acidentes rodoviários. O decreto obrigava os condutores a equiparem seus veículos com extintores, coletes refletores e triângulos de segurança. A medida ganhou destaque quando o Ministro Eugênio Laborinho orientou a Polícia Nacional de Angola a multar todos os condutores que não cumprissem essas exigências, supostamente para beneficiar a empresa Aeternu, que detém o monopólio da venda desses equipamentos no país.

As denúncias levantam preocupações sobre o possível uso de poder político para beneficiar interesses pessoais e familiares no mercado de combustíveis e segurança rodoviária em Angola. As autoridades ainda não se pronunciaram oficialmente sobre esta denúncia específica.

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