O Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) vai ajudar o país na criação do Banco de Investimento e Empreendedorismo Juvenil, para ajudar a mobilizar recursos financeiros, de modo a permitir que os jovens possam criar o próprio emprego e elevar o nível de vida, revelou, sexta-feira, em Luanda, o presidente da instituição financeira, Akinwumi Adesina.
O alto executivo da banca africana, que falava aos jornalistas, no desfecho da audiência com o Presidente da República, João Lourenço, teceu rasgados elogios ao desempenho macroeconómico do país, destacando a redução do rácio da dívida angolana, de 80 para perto de 50 por cento.
“O BAD vai ajudar na criação do Banco de Investimento e Empreendedorismo Juvenil, porque este banco poderá ajudar a mobilizar recursos para que os jovens possam criar os próprios empregos e startups, empresas de tecnologia financeira e de tecnologia digital, no sentido de fazer com que eleve o nível de vida das populações”, disse o nigeriano, sublinhando estar bastante entusiasmado com o trabalho que está a ser feito em Angola.
“O senhor Presidente e o seu Governo têm feito um trabalho maravilhoso, de tal forma que o rácio da dívida, nos anos transactos, estava a volta de 80 por cento e, este ano, baixou para cerca de 50 por cento”, acrescentou, destacando o facto de Angola estar a criar um sector fiscal bastante sólido.
Akinwumi Adesina reconheceu que o Governo angolano está a fazer um grande trabalho, apesar da conjuntura financeira internacional adversa, tendo sublinhado, a título de exemplo, o facto das reservas líquidas internacionais estarem à volta de 14.5 mil milhões de dólares, com a cobertura de importações de 7.5 meses, ao contrário do padrão estabelecido pelo Banco Mundial e o FMI, que é de cinco meses.
“Felicitamos, também, o senhor Presidente, pela qualidade e resiliência da economia angolana, porque sabemos que, este ano, a previsão é de que possa crescer 2.7 por cento, e, no próximo ano, este crescimento possa subir 4.2 por cento. Portanto, estamos bastante confiantes com o país, as instituições e o Governo”, assegurou o presidente do BAD.
O sector da Agricultura, referiu Akinwumi Adesina, mereceu igualmente abordagem na audiência com o Chefe de Estado angolano, realçando o facto da área representar, também, uma “grande paixão” de João Lourenço. Na mesma senda, o nigeriano revelou terem sido discutidos os planos empreendidos nos domínios das pescas e indústria.
O Banco Africano de Desenvolvimento, disse, deixa expresso que está engajado e empenhado em apoiar o Governo de Angola nos vários projectos, reiterando a disponibilidade da instituição financeira no apoio à produção de cereais, como o milho, trigo e arroz.
Corredor do Lobito
O presidente do BAD reiterou, ainda, o apoio ao desenvolvimento do Corredor do Lobito, projecto em que a instituição financeira está também muito engajada, dada a importância estratégica que representa para Angola e os países fronteiriços, principalmente a RDC e a Zâmbia.
“Sabemos que o Governo investiu mais de dois mil milhões de dólares e o BAD pretende apoiar este projecto, como já tem feito do lado zambiano, fazendo com que haja essa conexão. Portanto, mais uma vez, abordamos estas questões e, também, o aspecto que tem a ver com o Corredor de Moçâmedes, na província do Namibe, uma área bastante importante, onde também demos a nossa segurança de continuarmos a apoiar”, esclareceu.
Durante a abordagem ao sector da Energia, o líder da instituição financeira africana destacou os êxitos alcançados por Angola na produção de cerca de 5.2 gigawatts, assegurando ter deixado garantias ao Presidente da República que o BAD vai continuar a apoiar o país neste domínio, “principalmente na construção de linhas de transmissão e transporte de energia”, que possam ligar Angola aos países vizinhos e, consequentemente, “a rede da SADC, através da importação de energia para a Zâmbia e a Namíbia”.
Akinwumi Adesina revelou, a finalizar, que felicitou o Presidente João Lourenço pela posição de destaque na futura eleição à liderança da União Africana, cargo que diz justificar o respeito granjeado pelo estadista angolano no continente africano. Jornal de Angola