Israel eliminou o líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, na sexta-feira (27.09), em Beirute, no Líbano. Operação está a ser condenada por países da região, inclusivamente pelo Presidente da Turquia, que fala em genocídio.
Mulher iraniana segura num cartaz com a cara de Hassan Nasrallah, em Teerão, na sexta-feira (27.09)
Israel afirma ter eliminado o líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, num ataque aéreo em BeiruteFoto: Vahid Salemi/picture alliance/AP
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A tensão no Médio Oriente já está a provocar constragimentos no tráfego aéreo europeu. A Comissão Europeia e a Agência Europeia para a Segurança da Aviação (AESA) acabam de aconselhar, neste sábado (28.09), as companhias aéreas a “não operarem” no espaço aéreo do Líbano e de Israel. “A Comissão Europeia e a EASA decidiram emitir Boletins de Informação sobre Zonas de Conflito (CZIB), recomendando a não operação no espaço aéreo libanês e israelita a todos os níveis de voo”, afirmaram. A recomendação está em vigor até 31 de outubro e pode ser revista, adaptada ou retirada na sequência de uma “análise de avaliação revista”, segundo a agência espanhola Europa Press.
A AESA sublinhou que está a “acompanhar a situação” na região e as consequências para a aviação civil do confronto militar entre Israel e o Hezbollah. Constata-se uma “intensificação dos ataques aéreos” e a “degradação da situação de segurança”, assinalou.
O aviso acontece na sequência do anúncio de Israel, que afirma que matou o líder do grupo xiita libanês Hezbollah na tarde de sexta-feira (27.09) durante um bombardeamento contra o quartel-general da milícia, supostamente localizado sob edifícios residenciais nos subúrbios de Beirute.
O grupo xiita libanês Hezbollah também já confirmou a morte de Hassan Nasrallah. “A sua eminência Sayyed Hassan Nasrallah, secretário-geral do Hezbollah, juntou-se aos seus grandes e imortais mártires”, anunciou o grupo em comunicado.
A operação comandada pelo poder em Telavive acontece na sequência da intensificação dos ataques do grupo libanês contra território israelita, após a invasão de Gaza, motivada pelo ataque do Hamas no dia 7 de outubro de 2023.
Turquia fala em genocídio
O Presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, acusou Israel de promover “um genocídio” no Líbano e criticou os “ataques brutais” contra o Hezbollah que causaram a morte de centenas de civis nos últimos dias.
“O Líbano e o povo libanês são o novo alvo da política de genocídio, ocupação e invasão levada a cabo por Israel desde 7 de outubro”, afirmou o presidente turco numa mensagem publicada na rede social X.
Hamas reage
O grupo islamita palestino Hamas enviou este sábado as suas condolências pela morte do líder do grupo xiita libanês e condenou a “bárbara agressão” de Israel contra o Líbano, bem como os seus ataques a edifícios residenciais ao longo desta semana.
“Estendemos as nossas mais sinceras condolências, simpatia e solidariedade ao irmão povo libanês e aos irmãos do Hezbollah e da Resistência Islâmica no Líbano”, disse o Hamas em comunicado.
No texto, o Hamas lembrou que “o sangue puro” derramado no Líbano é consequência do apoio ao povo e à resistência palestina e disse que está misturado com o sangue dos “mártires” de Gaza e da Cisjordânia ocupada. DW