Angola será admitida como membro observador da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), durante a Cimeira Extraordinária dos Chefes de Estado e de Governo da organização, a realizar-se no próximo ano.

De acordo com uma nota de imprensa, Angola participou, este domingo, pela primeira vez, em Abuja, Nigéria, numa sessão ordinária da Conferência dos Chefes de Estado e de Governo da CEDEAO, representada pelo embaixador José Bamóquina Zau, após a sua acreditação, em Setembro último, como representante permanente do país, cuja missão é a de permitir maior partilha de interesses comuns.

A nota sublinha que o objectivo é assegurar maior alinhamento político-diplomático entre a Angola, a Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) e a CEDEAO, no âmbito dos desafios de segurança e de integração regional.

A 66ª Sessão Ordinária da Conferência dos Chefes de Estado e de Governo da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental foi orientada pelo Presidente da Nigéria e da CEDEAO, Bola Ahmed Tinubu.

Durante a sessão, foram apresentados seis relatórios sobre mediação de conflitos e segurança da região, processo de transição democrática na Guiné, implantação da moeda única ECO e regulamentação do comércio intra-comunitário.

A Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental foi criada no Tratado de Lagos de 1975 para promover o comércio, cooperação política, desenvolvimento e integração regional, integrando 15 países, nomeadamente Benin, Cabo Verde, Côte D’Ivoire, Gâmbia, Ghana, Guiné-Bissau, Libéria, Nigéria, Senegal, Serra Leoa e Togo.

Estão suspensos da organização o Burkina Faso, Guiné, Mali e Níger, devido às mudanças inconstitucionais, conduzidas por militares.

A Confederação dos Estados do Sahel, constituída por Burkina Faso, Mali e Níger, liderados por juntas militares, mantém-se irredutível na sua posição de sair da organização, até 25 de Dezembro do ano em curso, situação que fragiliza, grandemente, a CEDEAO.

A situação obrigou, domingo, a realização de uma pré-cimeira de três horas, entre os Chefes de Estado e de Governo da Comunidade, para decidir da remoção ou não da organização dos três países e refundar a CEDEAO, com a adequação dos estatutos.

Ao fundar a Confederação dos Estados do Sahel, depois de expulsar destacamentos militares dos Estados Unidos da América (EUA) e da França, o Burkina Faso, Mali e Níger criaram estruturas próprias de governação conjunta que vão desde o hino, bandeira, moeda, forças armadas, comunicação social, à livre circulação de pessoas e bens, para preservar a soberania dos três Estados-membros. GN

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