O Banco Angolano de Investimentos (BAI) iniciou o ano de 2025 com um desempenho financeiro notável, ao registar um lucro líquido de AOA 101 mil milhões (equivalente a US$ 111 milhões, ao câmbio oficial do Banco Nacional de Angola no final de Março). Este resultado representa um crescimento de 194% face ao primeiro trimestre de 2024, quando o lucro atingiu AOA 34 mil milhões (US$ 41,5 milhões).
Recuperação e Liderança
Sediado na Avenida Ho Chi Minh, no Complexo Garden Towers, o BAI alcançou o maior lucro trimestral dos últimos sete anos, superando os desafios enfrentados em 2024, que culminaram na perda da liderança entre os bancos mais lucrativos do país. A recuperação robusta reflete a eficiência operacional e o foco estratégico da equipa liderada por Luís Filipe Rodrigues Lélis.
Indicadores Financeiros
De acordo com o balancete, o EBITA (resultado antes de juros, impostos e amortizações) atingiu AOA 110 mil milhões (US$ 121 milhões). O activo total cresceu 6%, passando de AOA 4,5 biliões (US$ 5,4 mil milhões) em 2024 para AOA 4,7 biliões (US$ 5,2 mil milhões) em 2025, impulsionado sobretudo pelo crédito concedido, que registou um aumento de 88%, de AOA 469 mil milhões (US$ 564 milhões) para AOA 883 mil milhões (US$ 968 milhões).
Os investimentos em títulos e valores mobiliários cresceram 6%, de AOA 1,61 biliões (US$ 1,94 mil milhões) para AOA 1,7 biliões (US$ 1,8 mil milhões). Já os recursos de terceiros, sob a forma de depósitos à ordem e a prazo, fixaram-se em AOA 3,8 biliões (US$ 4,4 mil milhões), um ligeiro aumento em relação aos AOA 3,7 biliões (US$ 4,1 mil milhões) do período homólogo.
Desafios Operacionais
Apesar dos resultados positivos, o BAI enfrenta desafios em algumas rubricas. As disponibilidades registaram uma redução de 33%, fixando-se em AOA 806 mil milhões (US$ 884 milhões). O crédito do sistema de pagamento caiu 54%, de AOA 1,9 mil milhões (US$ 2,3 milhões) para AOA 916 milhões (US$ 1,01 milhões).
O passivo aumentou de AOA 3,9 biliões (US$ 4,3 mil milhões) para AOA 4 biliões (US$ 4,4 mil milhões), enquanto os fundos próprios cresceram 15%, atingindo AOA 645 mil milhões (US$ 707 milhões).
Perspectivas Futuras
Os resultados do primeiro trimestre de 2025 reforçam a posição do BAI como um dos principais actores do sector bancário angolano. A instituição demonstra capacidade de recuperação e crescimento, apostando no crédito como motor de receita, ainda que enfrente desafios na gestão de liquidez e obrigações de curto prazo. OT