A Chevron, uma das maiores empresas petrolíferas do mundo, anunciou lucros ajustados de USD 3,8 bilhões no primeiro trimestre de 2025, equivalente a USD 2,18 por ação, alinhando-se às expectativas dos analistas, segundo dados da LSEG. Apesar do desempenho financeiro estável, a empresa sinalizou uma redução nas recompras de ações para o segundo trimestre, reflectindo as incertezas económicas globais e a queda nos preços do petróleo.

Recompra de Ações e Dividendos

A Chevron informou que as recompras de ações para 2025 poderão variar entre USD 11,5 bilhões e USD 13 bilhões, situando-se no limite inferior da orientação inicial da empresa, que previa entre USD 10 bilhões e USD 20 bilhões. No primeiro trimestre, a companhia recomprou USD 3,9 bilhões em ações e pagou USD 3 bilhões em dividendos. Para o segundo trimestre, as recompras previstas estão entre USD 2 bilhões e USD 3,5 bilhões, segundo Eimear Bonner, directora financeira da Chevron.

“Continuamos a recomprar uma quantidade significativa das nossas ações anualmente, além de oferecer um dividendo que cresce mais rapidamente que o dos nossos concorrentes”, afirmou Bonner em entrevista.

Desafios no Mercado Petrolífero

A queda nos preços do petróleo, que atingiram o menor nível em quatro anos, foi agravada por factores como a decisão da OPEP+ de aumentar a produção e as tarifas impostas pelo presidente dos EUA, Donald Trump, que podem desacelerar o crescimento económico global. Esses factores pressionaram as acções da Chevron, que caíram 2% no pré-mercado na sexta-feira passada.

Os preços baixos do petróleo levantaram preocupações sobre a capacidade das grandes petrolíferas de manterem os compromissos com dividendos e recompras de ações, estratégias centrais para atrair investidores. Além disso, a Chevron enfrenta desafios operacionais, incluindo a manutenção programada que reduzirá a produção em cerca de 105.000 barris por dia no segundo trimestre e a suspensão das operações na Venezuela, ordenada pelo governo norte-americano.

Produção e Investimentos

A produção global da Chevron no primeiro trimestre atingiu 3,35 milhões de barris de óleo equivalente por dia (boepd), estável em relação ao ano anterior. A empresa registou avanços significativos, como a conclusão da expansão do campo de Tengiz, no Cazaquistão, e um aumento de 12% na produção da bacia do Permiano, nos EUA. No entanto, esses ganhos foram parcialmente compensados pela venda de activos e pela perda de produção na Venezuela.

A Chevron também iniciou a produção no projecto Ballymore, no Golfo do México, em Abril, e opera sem restrições no campo de Tengiz, apesar dos excedentes de produção do Cazaquistão face às quotas da OPEP+.

Perspectivas para o Refino

No sector de refino, a Chevron reportou uma melhoria em relação ao trimestre anterior, quando registou o primeiro prejuízo em quatro anos. A receita com a produção de petróleo e gás, porém, caiu para USD 3,76 bilhões, contra USD 5,24 bilhões no mesmo período de 2024. OTS

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