A Associação dos Transportes Colectivos Urbanos de Passageiros de Angola (Transcol) desistiu da proposta anteriormente apresentada à Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) para aumentar o preço da passagem de autocarro, optando agora por solicitar ao Governo um apoio financeiro emergencial.
De acordo com informações reveladas ao Valor Económico pelo presidente da associação, Carlos Carneiro, as empresas do sector solicitaram uma injecção de capital no valor de 8 mil milhões de kwanzas para enfrentar a actual crise que assola o sector.
O recuo na proposta de aumento tarifário, inicialmente apresentada em Março após a subida do preço do gasóleo de 200 para 300 kwanzas, foi decidido durante uma reunião de concertação realizada na segunda semana de Maio com a ANTT.
Segundo Carlos Carneiro, a experiência do último aumento de tarifa, quando o preço da passagem subiu de 50 para 150 kwanzas, resultou numa queda significativa das receitas das operadoras, variando entre 30% e 60%. “Os passageiros passaram a optar pelos táxis azuis e brancos, em vez de pagarem pelos autocarros, uma vez que os preços são quase equiparados”, explicou o dirigente.
A crise financeira teve um impacto severo na operacionalidade do serviço público de transporte. Dos 879 autocarros disponíveis entre todas as operadoras que integram o serviço público urbano de passageiros, actualmente apenas entre 250 e 300 veículos circulam diariamente nas ruas, representando aproximadamente 34% da capacidade total da frota.
O dirigente associativo revelou ainda que o pedido de apoio financeiro emergencial foi formalizado junto ao governo no final de Março, mas até ao momento “ainda não tivemos nenhum feedback”, lamentou. VE

 
                        