O Banco BIC concluiu, em 2024, a aquisição de 100% das acções do Bank BIC Namíbia, após longas negociações validadas pelos bancos centrais de Angola (Banco Nacional de Angola) e da Namíbia (Bank of Namibia). A operação, que envolveu a compra dos 42,5% das acções detidas por Isabel dos Santos, foi motivada pela exigência das autoridades namibianas, que consideravam a accionista como “não idónea” para manter qualquer participação na instituição.
Segundo Hugo Miguel Teles, presidente da Comissão Executiva do Banco BIC, a aquisição foi a “solução possível” para garantir a continuidade das operações do banco na Namíbia. “Foi a única alternativa viável, dado que as entidades interessadas em adquirir as participações de Isabel dos Santos não apresentavam a idoneidade mínima exigida”, afirmou Teles em entrevista ao O Telegrama.
A operação, aprovada em 2023 pelas entidades reguladoras dos dois países, envolveu a aquisição de 100% do capital do Bank BIC Namibia Holdings, Limited, por 71,479 milhões de NAD (equivalente a 3,466 mil milhões de AOA), e 5% do capital do Bank BIC Namibia, Limited, por 3,762 milhões de NAD (182,447 milhões de AOA). Com esta transacção, o Banco BIC passou a deter, directa e indirectamente, a totalidade do capital do Bank BIC Namíbia, que agora opera como uma entidade financeira independente, sob supervisão do Bank of Namibia.
Teles revelou ainda que, durante o processo de conformidade com as exigências namibianas, várias entidades manifestaram interesse nas participações de Isabel dos Santos. Contudo, os potenciais compradores foram considerados inadequados, seja por serem desconhecidos ou por apresentarem idoneidade questionável.
A nova estrutura accionista confere ao Bank BIC Namíbia uma governação autónoma, com órgãos sociais próprios, permitindo à instituição oferecer uma gama completa de serviços bancários no mercado namibiano. A operação está registada no relatório e contas de 2024 do Banco BIC, na rubrica “Outros passivos”. OT