Segundo Oliveira e Costa, o BFA está avaliado em 650 milhões de euros, o que atribui à participação de 14,75% um valor base de 95 milhões de euros. No entanto, o gestor acredita que a venda poderá superar este montante, considerando a solidez financeira do BFA e a sua reputação como uma das principais instituições bancárias em África. “Temos a expectativa de que a operação se posicione acima do valor contabilístico. O BFA é um dos melhores activos disponíveis para investidores”, afirmou.
A operação, que será a maior já realizada na jovem bolsa angolana, está a ser preparada em colaboração com a Unitel, com “forte alinhamento” entre os accionistas. Embora o valor final da venda ainda não esteja definido e os contactos com investidores não tenham começado, o processo decorre sem entraves. Oliveira e Costa destacou que a redução da participação do BPI no BFA trará maior conforto ao Banco Central Europeu (BCE), que não manifestou preocupações, em parte devido à aproximação das práticas de supervisão angolanas aos padrões europeus.
O presidente do BPI sublinhou ainda a importância de manter influência no BFA, mesmo com uma participação reduzida. “Não posso estar num mercado tão distante sem capacidade de voz”, disse, reforçando que a salvaguarda dos direitos do BPI garantirá confiança aos novos investidores. A operação também é vista como uma oportunidade para dinamizar o mercado de capitais angolano.
Resultados financeiros do BPI
O BPI reportou lucros de 137 milhões de euros no primeiro trimestre de 2025, um aumento de 13% face ao período homólogo, impulsionado pelos dividendos de 46 milhões de euros do BFA relativos a 2024. Contudo, a margem financeira caiu 9%, para 223 milhões de euros, e o lucro da actividade em Portugal recuou 13%, totalizando 98 milhões de euros. Lusa