Na sequência do programa estabelecido para a visita de trabalho ao Bié, o Presidente da República deslocou-se hoje ao município de Catabola, para constatar o funcionamento do Centro de Produção de Mudas e a Cerâmica ‘Prémio da Paz, projectos desenvolvidos pelo Instituto de Segurança Social das Forças Armadas Angolanas, FAA.

O Centro de Produção de Mudas, com capacidade de produzir dois milhões por ciclo, entrou em funcionamento em Maio de 2022.

Durante a visita guiada, o Chefe de Estado foi informado que, nos últimos dois anos, foram plantados um total de três milhões e 200 mil mudas, em dois mil 300 hectares, dos mais de 10 mil hectares que comporta o projecto.

A presença no local foi selada com a plantação de uma árvore pelo Presidente João Lourenço, gesto seguido pelos membros da delegação acompanhante.

 

Quanto à Cerâmica Prémio da Paz, o dado relevante é que possui uma capacidade instalada para produzir 25 mil tijolos e cinco mil telhas por dia.

A presença no local foi selada com a plantação de uma árvore pelo Presidente João Lourenço, gesto seguido pelos membros da delegação acompanhante.

Quanto à Cerâmica Prémio da Paz, o dado relevante é que possui uma capacidade instalada para produzir 25 mil tijolos e cinco mil telhas por dia.

PR. João Lourenço dá início à campanha de colheita de Trigo

No segundo e último dia de visita à província do Bié, o Presidente da República esteve na Fazenda Vinevala, no município do Chinguar, onde protagonizou o arranque da campanha de colheita do trigo.

João Lourenço serviu-se de uma foice para cortar algumas espigas do cereal e, acto contínuo, subiu para um equipamento de colheita mecanizada para conduzi-lo por vários metros e colher, desse modo, maior quantidade de trigo.

Depois deste acto carregado de simbolismo, o Presidente da República seguiu até à vila do Chinguar onde visitou a indústria de transformação do trigo em farinha, propriedade da fazenda Vinevala.

Em todos os momentos, o Presidente foi recebendo explicações sobre os processos que envolvem a cadeia produtiva do trigo de parte do empreendedor Alfeo Vinevala, na actualidade o maior produtor, a nível nacional, do cereal de que se obtém o pão.

Chefe de Estado fala sobre os resultados da Missão à Impressa Nacional

 

JORNAL O PAÍS – Senhor Presidente, ontem assim que chegou, visitou a feira e as informações que obtivemos de agricultores é que o país tem capacidade para garantir autossuficiência na produção de alimentos, bastando apenas que se aposte fortemente nas vias de acesso. Qual é a sugestão do Senhor Presidente para, digamos, inverter este quadro na perspectiva de que haja a grande produção de que o Governo tanto fala?

 

PR – Bom, a minha missão não é sugerir. A minha missão é procurar encontrar soluções. E a problemática de escoamento tem a ver com as vias de comunicação de diferentes categorias, trabalho esse que vimos desenvolvendo a nível do país.

 

O país é extenso, a rede rodoviária é grande. Há muitas estradas que são asfaltadas, outras de terra batida. As de terra batida carecem de uma manutenção mais regular. Esse é um trabalho que vem sendo feito ao longo dos anos. É para continuar. Se ainda há queixas, acredito que sejam legítimas. Nós tomámos boa nota. E o compromisso é arranjarmos recursos para ir construindo ou mantendo as vias existentes, quer as asfaltadas, quer as de terra batida, mas sobretudo as de terra batida.

 

RADIO MAIS – Na perspectiva do aumento da produção e da diversificação económica, quando é que teremos uma fábrica de adubos para atender às necessidades e que se deixe de gastar dinheiro ou divisas para a importação de fertilizantes?

 

PR – Nós teremos em breve. Está anunciada a grande fábrica na cidade do Soyo, que vai produzir fertilizantes. Estamos esperançados de que quando ela entrar em funcionamento, ou vai cobrir na totalidade as necessidades do país, ou pelo menos suprir uma parcela muito grande daquilo que vimos importando no presente.

 

TPA – Senhor Presidente, perante o início de uma revolução para a produção de trigo em grande escala no nosso país?

 

PR – Angola tem a tradição de produzir grãos, mas sobretudo milho e feijão. Mas do que verificámos ontem na feira aqui na cidade do Cuito, e hoje no Chinguar, na fazenda do senhor Vinevala, começámos a produzir já dois tipos de grãos em relação aos quais não temos grande tradição. Estou a referir-me, concretamente, quer ao arroz, quer ao trigo.

 

A segurança alimentar deve passar, necessariamente, pelo aumento da produção também do arroz e do trigo. Portanto, gostámos do que vimos. Não é apenas o Chinguar que está a produzir trigo. Há outras iniciativas. Esta talvez seja aquela mais visível, daí a razão de termos seleccionado precisamente o município do Chinguar e a fazenda do senhor Vinevala, que deve ser acarinhado e encorajado a continuar a ampliar as zonas de produção.

Ele está a fazer algo que é muito importante. Não apenas ele próprio a produzir, como dar oportunidade às comunidades à volta também de produzirem pequenas parcelas do mesmo produto, de trigo.

Desta visita aqui à província do Bié aprendemos uma grande lição. E aprendemos de quem? Aprendemos, sobretudo, das famílias humildes do campo, que com o seu trabalho, com a sua produção, estão a ensinar-nos como combater a fome e a miséria: trabalhando. Enquanto muitos intelectuais, políticos, alguns mal-intencionados propalam a ideia de que para se ter comida à mesa e para baixar os preços dos produtos basta um decreto do Presidente da República, ou basta aumentar o volume de importação desses mesmos produtos, os camponeses estão a dar-nos uma grande lição. Estão a dizer-nos: “não! O caminho não é esse, o caminho é trabalhar o campo”.

Portanto, este é o caminho. Aprendamos, sejamos humildes para aprender com os camponeses esta lição prática que eles nos estão a dar.

RNA BIÉ – Senhor Presidente, o que se pode falar sobre o Pólo de Desenvolvimento Industrial do Cunje e da Plataforma Logística do Cunhinga há muito esperado?

PR – Bom, estes projectos, que estão em carteira, vão avançar. Mas precisamos de garantir algo que é essencial, que é fazer chegar a energia produzida no Baixo Kwanza aqui ao centro do país, aos municípios, sobretudo aos municípios que são os produtores e transformadores daquilo que se produz no campo. Os projectos de expansão da energia produzida no Baixo Kwanza vão acontecer. Portanto, quer o centro, quer o sul, quer o leste do país, vão receber essa energia barata.

Aqui mesmo, na província do Bié, há dias o ministro da Energia acabou de inaugurar a Barragem Hidroeléctrica do Cunje, que já está a servir dois municípios: Camacupa e Catabola. Portanto, havendo maior oferta de energia e de água, os pólos industriais terão o essencial para serem desenvolvidos.

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