O anúncio feito   pelo coordenador
do partido, Abel Chivukuvuku, foi
recebido como um  ‘balde água fria’ por um grupo de parlamentares, alguns  dos quais de costas viradas com o líder desta nova força política.

Sete dos 13 militantes do PRA-JA
Servir Angola, eleitos deputados
à Assembleia Nacional, nas eleições gerais de 2022, pela lista da UNITA, via Frente Patriótica Unida (FPU), manifestaram o interesse em filiar-se neste partido, para concluírem os seus mandatos em 2027.

Segundo fonte deste jornal, a decisão decorre do facto de o coordenador desta nova força política, Abel Chivukuvuku, ter dito recentemente à imprensa, em Luanda, que depois da realização do congresso, os actuais deputados que forem eleitos para cargo de direcção, deverão renunciar os seus mandatos, em obediência à alínea e) artigo 152 da Constituição da República de Angola.

Entretanto, segundo fonte deste jornal, o  anúncio foi recebido como um ‘balde de  água fria’ pelos deputados, que alegam  que apesar de um imperativo constitucional, Chivukuvuku devia ponderar esta situação tendo em conta a actual situação social e económica que o país está a viver.

Os parlamentares, cujos nomes a fonte evitou revelar, para evitar eventuais represálias da direcção do partido, pensam em aliar-se à UNITA, para salvaguardar os seus mandatos, mas também para acautelar eventuais situações imprevisíveis, depois do conclave.

De entre as várias, citando a fonte, alegam a hipótese, por exemplo, de que uma vez renunciarem aos cargos, não venham a figurar na lista de deputados e em lugares elegíveis nas próximas eleições gerais, previstas dentro de três anos.

Outra questão que também levantam, é o facto de se depois de renunciarem os mandatos o PRA-JA estará em condições de proporcionar as mesmas mordomias que a Assembleia Nacional dá aos deputados, tais como viaturas, salários, seguro de saúde, segurança pessoal e outros.

Empresário bem-sucedido

Baseando-se nas declarações da fonte, os deputados apontam o coordenador do PRA-JA como sendo um empresário bem sucedido e que mesmo fora do Parlamento não passará por necessidades para suprir quaisquer dificuldades das mais simples às mais complexas, ao contrário de alguns deputados que dependem exclusivamente da Casa das Leis.

Os parlamentares, acrescenta a fonte, receam ainda que se abandonarem o Parlamento antes do fim dos seus mandatos poderão enfrentar dificuldades tais como de um cidadão comum, revelando que o PRA-JA, enquanto partido não orçamentado, não terá a capacidade de gerir a vida dos deputados e muitos acabarão por desistir, indo para partidos mais expeditos, como a UNITA ou mesmo o MPLA.

A situação está a ser gerida cuidadosamente e também com algum secretismo, mas nos próximos dias poderá haver “surpresas”, avançou a fonte, para quem alguns destes deputados já foram militantes da UNITA, mas foram levados por Abel Chivukuvuku para a extinta coligação CASA-CE, fundada por ele.

Fundada em Abril de 2012, quatro meses antes das eleições gerais daquele ano, obteve nove deputados, em 2017 conseguiu o mesmo resultado, totalizando 18, e já sem Chivukuvuku, afastado em 2018, por alegada quebra de confiança política, viria a perder todos os parlamentares em 2022.

Adesão

Uma outra fonte familiarizada com o assunto, informou que os deputados Lourenço Lumingo e Sampaio Mucanda, eleitos pelos círculos provinciais de Cabinda e do Namibe, e Irina Diniz, do círculo nacional, da sociedade civil, foram os primeiros que aderiram à causa da UNITA.

Os três deputados romperam com o PRA-JA, pouco tempo depois de tomarem posse na Assembleia Nacional. Os dois primeiros são membros da Juventude Unida Revolucionária de Angola (JURA), organização juvenil do partido, enquanto que Irina Diniz ocupa a função de uma das secretárias do Grupo Parlamentar da UNITA (GPU). Pungo a Ndongo

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