Há dois anos que o Ministério das Finanças (MinFin) tenta, sem sucesso, legalizar 21 imóveis pertencentes ao Estado, um processo que condiciona não só a sua comercialização, como também o desenvolvimento da . A situação, revelada pelo jornal Expansão, expõe a burocracia estatal e levanta questões sobre a capacidade do Governo em gerir o seu próprio património.

O Estado também é vítima das suas Burocracia 

Segundo o , assinado pelo Presidente João Lourenço em Outubro de 2023, os imóveis deveriam ser vendidos em regime de leilão. No entanto, o MinFin, tutelado por Vera Daves de Sousa, admite que o processo de regularização jurídica ainda está em curso, sem previsão de conclusão. “O Estado esbarra na sua própria burocracia”, resumiu um especialista ouvido pelo Expansão, destacando a ironia de um cenário em que até o Governo enfrenta as mesmas dificuldades que os cidadãos comuns.

Falta de titularidade e plataformas tecnológicas

Além da falta de titularidade jurídica muitos imóveis não têm sequer escritura pública, apesar de pertencerem ao Estado, o MinFin também não concluiu a plataforma tecnológica necessária para os leilões. “Encontra-se em desenvolvimento os meios tecnológicos para suportar o processo de alienação”, explicou o ministério, sem detalhar os motivos do atraso.

Especialistas e agentes imobiliários criticam falta de transparência

Para o jurista Silva Santos, a solução passa por uma reforma no , que deveria ser mais ágil: “Para obter um , há casos que demoram mais de seis meses. A “, criticou. Já Bernardo Manuel, construtor, alerta: “Não basta anunciar leilões, é preciso concretizar para dar credibilidade ao processo”.

A vendedora de imóveis Manuela João vai mais longe: “Esses atrasos geram desconfiança. Parece que os imóveis já têm donos”, disse, reflectindo o cepticismo do mercado.

Impacto económico e social

O economista Bernardo Pedro lembra que a venda destes imóveis não só geraria receitas, como pouparia custos de manutenção: “Mesmo abandonados, há despesas com segurança. O Estado precisa de agilizar”.

A dificuldade em legalizar 21 imóveis é um sintoma de um problema maior: a que afecta particulares e o próprio Estado. Enquanto programas como o Simplifica ou o Escritório Móvel do Registo tentam acelerar processos, a realidade mostra que o caminho é ainda longo.

Fonte: Jornal Expansão 

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