Ministério das Finanças confirma devolução integral das garantias depositadas em abril, após valorização dos títulos soberanos no mercado internacional.
O Estado angolano recuperou integralmente os 200 milhões de dólares americanos em garantias que teve de depositar junto do banco norte-americano JPMorgan no mês de abril, confirmou o Ministério das Finanças do país.
A informação foi avançada pela agência internacional Reuters, com base em declarações oficiais do executivo angolano. Segundo o Ministério das Finanças, “a melhoria do preço dos Eurobonds de Angola tem um impacto positivo, permitindo que o valor pago em cumprimento da chamada de margem seja devolvido ao Estado”.
A pasta ministerial precisou ainda que “este reembolso já ocorreu em maio”, confirmando a rápida recuperação da situação financeira que havia gerado preocupações no início do segundo trimestre do ano.
Contexto da Operação Financeira
A necessidade de depositar as garantias adicionais remonta a dezembro de 2024, quando Angola contraiu um empréstimo de mil milhões de dólares junto do JPMorgan, com prazo de um ano, estruturado sob a forma de swap de retorno total e garantido por 1,9 mil milhões de dólares em títulos do Governo angolano.
O mecanismo de “chamada de margem” foi ativado em abril deste ano, quando o JPMorgan exigiu garantias suplementares após a desvalorização dos títulos angolanos que serviam de caução para a operação. Esta situação foi provocada pela queda do preço do petróleo, influenciada pelas políticas tarifárias implementadas pelo Presidente norte-americano Donald Trump.
Volatilidade dos Títulos Soberanos
De acordo com dados citados pela Reuters, o preço dos títulos colaterais utilizados para garantir o empréstimo do JPMorgan registou uma significativa volatilidade durante o período crítico. Os títulos, que cotavam a 100 cêntimos de dólar no final de março, chegaram a um valor mínimo de 86 cêntimos durante a liquidação no início de abril, momento em que foi acionada a chamada de margem.
A recuperação subsequente dos preços dos títulos para os níveis de março permitiu não apenas estabilizar a operação financeira, mas também assegurar a devolução integral das garantias depositadas pelo Estado angolano.
Fonte: Novo Jornal