O economista Joel Futi foi nomeado na quarta-feira, 5 de Março, director-geral do Instituto Nacional de Estatística (INE), substituindo José dos Santos Francisco Calengi, exonerado pelo ministro do Planeamento, Victor Hugo Guilherme.
A decisão surge num contexto de fortes críticas à gestão do Censo Geral da População e Habitação (RGPH) 2024, marcado por irregularidades e reclamações.
Nos últimos meses, milhares de recenseadores contratados pelo INE têm protestado contra o não pagamento dos seus subsídios, situação que expôs alegações de desvio de fundos destinados ao processo.
Fontes fidedignas do Imparcial Press indicam que parte significativa dos valores cabimentados para remunerar os trabalhadores terá sido desviada fraudulentamente pela antiga direcção.
Outrossim, investigações levadas a cabo sugerem que um número considerável de recenseadores que receberam pagamentos nunca participou efectivamente no Censo 2024, levantando suspeitas de existência de “pessoas fantasmas” beneficiados pelo esquema, possivelmente ligados a José Calengi e seus directores-gerais adjuntos.
A gravidade das irregularidades foi confirmada após um relatório dos serviços de inteligência, elaborado por oficiais do SINSE, ter sido encaminhado à comissão organizadora do Censo 2024, detalhando as anomalias ocorridas ao longo do processo.
José Calengi, que ocupava o cargo desde 27 de Janeiro de 2022, nomeado pelo então ministro da Economia e Planeamento, Mário Augusto Caetano João, deixa assim a liderança do INE sob forte contestação.
Como entidade pública dotada de autonomia jurídica, técnica, administrativa e financeira, o Instituto Nacional de Estatística desempenha um papel estratégico na recolha, tratamento e divulgação de dados estatísticos essenciais para a formulação de políticas públicas e para o desenvolvimento do país.
Sob tutela do Ministério do Planeamento, a nova gestão terá a missão de restabelecer a credibilidade da instituição e modernizar os mecanismos de recolha e análise estatística, assegurando maior transparência e rigor nos seus processos.
Vale salientar que no primeiro Censo Geral da População е Habitação, realizado em 2014, Angola registou um total de 25.789.024 habitantes, dos quais 63% residiam em áreas urbanas e 37% em zonas rurais. O estudo revelou ainda que a população angolana era composta maioritariamente por mulheres (52%), contra 48% de homens. IP

 
                        