O secretário da Defesa dos Estados Unidos, Pete Hegseth, enfrenta uma nova controvérsia após a revelação de que partilhou detalhes confidenciais de um ataque no Iémen num grupo da aplicação Signal, que incluía familiares e pessoas próximas, como a mulher, o irmão e o advogado.
Antecedentes da Polémica
Esta não é a primeira vez que Hegseth é associado a fugas de informação. Em março, o secretário esteve envolvido numa polémica após partilhar, por engano, planos de um ataque armado no Iémen num grupo da mesma aplicação, que incluía um jornalista da revista The Atlantic. O jornalista publicou excertos da conversa, expondo os detalhes confidenciais.
Segundo o New York Times, no mesmo dia em que Hegseth partilhou informações com altos funcionários do governo e da Defesa, também enviou os mesmos dados – incluindo datas, horários e pormenores sensíveis – para o grupo pessoal. Hoje, novas revelações indicam que ele voltou a utilizar o Signal a partir do seu telemóvel pessoal para partilhar o horário de voos de caças destinados a um ataque contra rebeldes Huthi no Iémen.
O grupo, intitulado “Reunião de Defesa/Equipa”, incluía várias pessoas do círculo pessoal e profissional de Hegseth, como a mulher, o irmão e o advogado.
Defesa de Hegseth
Hegseth alega que os meios de comunicação social estão a divulgar informações de “ex-funcionários descontentes” do Pentágono com o objetivo de “arruinar a sua reputação”. Numa cerimónia na Casa Branca, o secretário afirmou: “Não vão trabalhar comigo porque estamos a mudar o Departamento de Defesa, devolvendo o Pentágono aos combatentes. As difamações anónimas de antigos funcionários descontentes são notícias velhas; não importam.”
Ele destacou ainda o apoio do Presidente Donald Trump e expressou orgulho no trabalho que tem desenvolvido à frente do Pentágono.
Resposta da Casa Branca
A porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, reforçou o apoio do Presidente a Hegseth, afirmando que ele continua a ter a confiança de Trump. “É isto que acontece quando todo o Pentágono trabalha contra si e contra a mudança monumental que está a tentar implementar”, declarou Leavitt.
A porta-voz elogiou o “trabalho fenomenal” de Hegseth e acusou funcionários do Pentágono de “mentirem aos meios de comunicação social” devido às reformas que o secretário pretende implementar nas Forças Armadas. Leavitt sublinhou que Hegseth foi nomeado para defender “os combatentes, os homens e as mulheres fardados que arriscam as vidas para proteger os Estados Unidos”.
Implicações
As sucessivas revelações sobre a partilha de informações confidenciais levantam questões sobre a segurança de dados sensíveis no Departamento de Defesa e sobre a conduta de Hegseth no cargo. Apesar das críticas, o apoio da Casa Branca sugere que o secretário permanecerá no cargo, enquanto as tensões com setores do Pentágono continuam a crescer. LUSA/AB
