O Ministério do Ambiente promoveu na quarta-feira, em Moçâmedes, uma consulta pública sobre a campanha de perfuração exploratória no Bloco 44, situado na Bacia do Namibe, com a participação de mais de 50 cidadãos, visando a recolha de opiniões e esclarecimentos.
Na abertura dos trabalhos, a vice-governadora provincial para os Serviços Técnicos e Infra-estruturas, Ema da Silva, fez saber que com a consulta pública pretende-se ouvir a opinião de todas as partes interessadas, destacando-se as comunidades locais, organizações da sociedade civil, empresas, académicos, cooperativas, associações e outros actores relevantes cuja acção profissional esteja ligada ao mar.
A responsável indicou que as autoridades locais estão comprometidas em garantir que a exploração de petróleo no Namibe seja feita de forma responsável e sustentável, respeitando o meio ambiente, os direitos das comunidades locais e contribuindo efectivamente para o desenvolvimento económico da região.
“A responsabilidade social na exploração do petróleo não apenas contribui para a preservação do meio ambiente e para o bem-estar das comunidades locais, mas também fortalece a reputação das empresas do sector e contribui para a sua sustentabilidade, a longo prazo”, frisou.
Salientou que a consulta pública é um processo importante para garantir transparência e participação pública na tomada de decisões sobre o desenvolvimento da indústria petrolífera na província, augurando que a exploração de petróleo no Namibe traga benefícios duradouros para todos os cidadãos.
Já a directora nacional das Tecnologias Ambientais do Ministério do Ambiente, Dilma Bumba, considera importante a garantia do futuro energético do país, ressaltando a necessidade de se levar em consideração as boas práticas ambientais, visando proteger a flora e fauna marinha.
Por outro lado, o director de Relações Públicas e Governamentais da ExxonMobil, Fernando Pegado, avançou que a campanha de perfuração exploratória no bloco 30 terá início nos meses de Agosto ou Setembro do ano em curso, tendo sublinhado a existência de tecnologia de ponta para a coabitação entre a indústria petrolífera e pesqueira.
Disse que há uma grande expectativa em relação aos resultados da pesquisa, uma vez que caso se encontre uma quantidade de hidrocarbonetos comerciável, poderiam compensar a perda de produtividade, levando o país a voltar a produzir ou suplante a produção de dois milhões de barris de petróleo por dia.
Por sua vez, o Presidente da Associação Provincial de Pescas, Jorge Hilário, considera a exploração de petróleo importante, desde que se faça com sustentabilidade e responsabilidade.
O administrador municipal do Tômbwa, maior centro pesqueiro do país, Abelardo Lemba, olha com bons olhos o projecto, tendo sublinhado que o país precisa aumentar a capacidade de produção hidrocarbonetos, para acelerar o desenvolvimento socioeconómico.
A ExxonMobil propõe-se a realizar uma campanha de perfuração exploratória do bloco 44, situado na bacia do Namibe.
O bloco encontra-se em águas profundas, entre 50 e 100 quilómetros da costa angolana, na Bacia do Namibe.
A eventual exploração vai depender dos resultados dos blocos 30 e 43. Angop