Presidente da União Africana condena assassínio de Elvino Dias e Paulo Guambe e apela à calma em Moçambique. Comunidade internacional exige condenação do duplo homicídio pela Justiça.
Presidente da Comissão da União Africana (UA), Moussa Faki Mahamat
Moussa Faki Mahamat apelou às autoridades de segurança moçambicanas para que “efetuem a investigação necessária e conduzam os autores perante a justiça” pelo assassinato de Elvino Dias e Paulo Gambe.
O presidente da Comissão da União Africana condenou hoje a violência pós-eleitoral em Moçambique e apelou à “calma”. Moussa Faki Mahamat exortou os atores políticos a manterem uma “disposição pacífica enquanto o país aguarda a declaração dos resultados pelo Conselho Constitucional”.
Faki Mahamat condenou igualmente o assassínio de Elvino Dias e Paulo Gambe, dois apoiantes do candidato presidencial Venâncio Mondlane, na passada sexta-feira (18.10). O presidente da UA apelou às autoridades de segurança moçambicanas para que “efetuem a investigação necessária e conduzam os autores perante a justiça”, de acordo com um comunicado hoje divulgado pela instituição com sede na capital etíope.
O assassínio a tiro de Elvino Dias, advogado de Venâncio Mondlane, e de Paulo Guambe, mandatário do Povo Optimista para o Desenvolvimento de Moçambique (Podemos), partido que apoia o candidato presidencial, foi condenado logo no sábado e, desde então, pelo secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres. De igual modo reagiram a este ato o Governo português, a União Europeia e representações diplomáticas em Maputo dos Estados Unidos da América, Canadá, Noruega, Suíça e Reino Unido, entre outras, que exigiram a condenação do duplo homicídio pela justiça.
“Calma” e “máxima contenção”
Moussa Faki Mahamat afirmou que continua a “acompanhar de perto” o rescaldo das eleições gerais em Moçambique, realizadas no passado dia 09 de outubro, e manifestou uma “profunda preocupação com os casos relatados de violência pós-eleitoral e, em particular, com os recentes assassínios”. O diplomata chadiano apelou, finalmente, “à calma e à máxima contenção” e instou “todos os partidos políticos e os seus apoiantes a permitirem o devido processo [eleitoral], no interesse supremo geral da estabilidade em Moçambique”.
Hoje de manhã, a polícia moçambicana dispersou, com uso de gás lacrimogéneo e disparos para o ar, uma manifestação no centro de Maputo convocada pelo candidato presidencial Venâncio Mondlane para repudiar o homicídio dos dois apoiantes, carregando sobre dezenas de pessoas que se concentraram no local. DW