Angola subiu da sétima para a terceira posição no ranking das comunidades estrangeiras residentes em Portugal, segundo dados do Relatório de Migração e Asilo 2024 da Agência para a Integração, Migrações e Asilo (AIMA). O número de angolanos em Portugal disparou 447,9% desde 2017, ano em que João Lourenço assumiu a Presidência da República, passando de 16.854 para 92.348 residentes.
Mulheres e jovens lideram a onda migratória
Os dados revelam que 52% dos emigrantes angolanos são mulheres (48.495), enquanto os jovens entre 18 e 44 anos representam 84% do total. A instabilidade económica, a falta de poder de compra e a busca por melhores condições de vida são as principais motivações para a saída do país. As facilidades de residência oferecidas pelo Governo português aos países da CPLP também contribuíram para este crescimento.
Destinos preferidos
A maioria dos angolanos em Portugal concentra-se nas regiões de Lisboa, Faro, Setúbal e Porto, com predominância de adultos em idade activa (56,1% homens). Em 2024, os angolanos foram a segunda maior população estrangeira a obter novos títulos de residência, com mais de 33 mil autorizações emitidas.
Portugal atinge 1,5 milhões de estrangeiros
A população estrangeira em Portugal continua a crescer e atingiu 1,5 milhões de pessoas no final de 2024. Os brasileiros lideram o ranking, representando 31,4% do total, seguidos por indianos e, agora, angolanos.
Nas redes sociais e na comunicação social, multiplicam-se relatos de jovens angolanos que expressam a vontade de abandonar o país em busca de oportunidades. A falta de perspectivas profissionais e a dificuldade em acessar serviços básicos são queixas recorrentes.
Crise económica e políticas migratórias
A crise económica em Angola, agravada pela desvalorização do kwanza e pela inflação, tem levado muitos cidadãos a procurar alternativas no estrangeiro. Por outro lado, as políticas de acolhimento de Portugal, especialmente para países da CPLP, tornaram o país um destino atrativo.
Fonte: Valor Económico