O governador do Banco Nacional de Angola (BNA), Manuel Tiago Dias, anunciou, na cidade de Menongue, capital da província do Cuando Cubango, que a instituição está a trabalhar para que o Kwanza possa, brevemente, ser uma moeda de liquidação na Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC).

Manuel Tiago Dias, que falava durante uma conferência de imprensa, na sexta-feira, para balancear as actividades desenvolvidas na 118ª reunião do Comité de Política Monetária do BNA, que decorreu em Menongue de 18 a 19 deste mês, disse que o Banco Nacional de Angola já fez formalmente a solicitação junto da entidade que gere o sistema RTGS, que é uma plataforma regional que está a ser desenvolvida na SADC para transacções transfronteiriças na região.

Disse que o primeiro passo já foi dado e que haverá outros subsequentes em função do trabalho que está a ser desenvolvido pelas equipas técnicas do BNA para a concretização deste tão almejado projecto, sobretudo para as populações que residem ao longo das províncias ou municípios que fazem fronteira com alguns países membros da SADC.

Manuel Tiago Dias referiu que este assunto também foi abordado aquando da visita do governador do Banco Central da Namíbia ao BNA. Acrescentou que é por este motivo que as equipas técnicas estão a trabalhar no sentido de encontrar soluções para que as transacções comerciais entre ambos os países possam tornar-se mais fáceis.

Relações bilaterais

As excelentes relações bilaterais existentes entre Angola e a Namíbia vão fazer com que este projecto seja concretizado o mais rápido possível entre os dois bancos centrais.

Para o governador do Cuando Cubango, José Martins, a efectivação da circulação do Kwanza na região da SADC, principalmente na Namíbia e Zâmbia, países  que fazem fronteira com a província, vai impulsionar as trocas comerciais.

José Martins destacou que o Cuando Cubango partilha uma imensa fronteira com a Namíbia e Zâmbia, indicando que as populações que residem nos municípios do Cuangar, Calai, Dirico e Rivungo enfrentam enormes dificuldades de inflação no momento da troca do Kwanza para o Dólar Namibiano ou o Kwacha (moeda zambiana).

A maior parte da população que reside nessas localidades recorrem com muita frequência ao território namibiano e zambiano para assistência médica e medicamentosa, ensino, compra de produtos alimentares, materiais de construção civil, vestuário, calçado, entre outros bens essenciais.

José Martins afirmou que é um grande sonho da população ver concretizada a circulação da moeda Kwanza em território namibiano e zambiano, sem ter que trocar em Dólares Namibianos ou Kwachas. Jornal de Angola 

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