A corrupção em Angola é um problema sistêmico e generalizado, afectando muitos sectores da sociedade, incluindo o sector empresarial. Não há uma lista oficial de empresários que mais se beneficiam da corrupção em Angola, mas algumas investigações e reportagens sugerem que a corrupção está amplamente disseminada entre empresários com conexões políticas.

De facto, os empresários angolanos de sucesso têm relações estreitas com o Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), partido que tem dominado a política e a economia do país desde a independência. Essas relações frequentemente resultam em acordos vantajosos e contratos lucrativos para empresas ligadas ao MPLA, e podem envolver o uso de subornos, extorsão e outros tipos de corrupção.

Empresários angolanos que possuem conexões políticas com o MPLA, são frequentemente acusados de adquirir riqueza ilícita através de esquemas fraudulentos, como a lavagem de dinheiro e o desvio de fundos públicos.

Essas acusações de corrupção são preocupantes, pois a corrupção tem impactos significativos na economia, na política e na sociedade em geral. Ela prejudica a confiança das pessoas nas instituições governamentais e nos negócios, desestimula o investimento estrangeiro, limita o crescimento económico e aumenta a desigualdade social.

Nos últimos anos, multiplicaram as acusações de corrupção envolvendo empresários ligados ao MPLA.

A União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), o principal partido de oposição em Angola, acusa empresários do MPLA de se beneficiar de contratos do governo e de desviar fundos públicos. A UNITA alega que muitos desses empresários têm laços estreitos com o partido governante.

Segundo a UNITA, o sector de construção é um dos mais afectados pela corrupção e pelo nepotismo. Alega-se que muitos empresários próximos ao MPLA conseguem contratos para projectos de infraestrutura e construção, mesmo que as suas empresas não tenham as habilidades ou a experiências necessárias. Além disso, a UNITA alega que muitos desses contratos são concedidos sem um processo de licitação adequado, o que aumenta as suspeitas de corrupção.

A UNITA também acusa o governo de Angola de usar empresas estatais para beneficiar empresários do MPLA. Por exemplo, a Sonangol, a petrolífera estatal de Angola, é frequentemente citada como um exemplo de como empresas estatais são usadas para beneficiar os interesses do partido governante.

Empresário

Valdomiro Minoru Dondo é um empresário angolano que tem sido amplamente associado ao Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), o partido político que governa o país desde a independência em 1975. Dondo é conhecido por suas conexões políticas e seus negócios lucrativos com o MPLA, o que o tornou uma figura controversa no mundo empresarial angolano.

Dondo é proprietário do Grupo VMD, uma holding que possui negócios em vários setores, incluindo construção, mineração, imobiliário e telecomunicações. O Grupo VMD é conhecido por suas conexões com o MPLA e por ter obtido contratos lucrativos com o governo angolano, muitos dos quais são financiados por fundos públicos.

Um exemplo notável de negócios de Dondo com o MPLA é a construção da nova sede do partido em Luanda, a capital do país. A construção da nova sede do MPLA foi amplamente criticada por seu custo excessivo, com algumas estimativas sugerindo que o edifício teria custado cerca de US$ 100 milhões. Alguns críticos também afirmam que o contrato para a construção foi concedido a Dondo sem um processo de licitação adequado, o que levanta suspeitas de corrupção.

Além da construção da sede do MPLA, o Grupo VMD também possui contratos com a petrolífera estatal de Angola, a Sonangol, para a construção de infraestrutura em projetos petrolíferos. Alguns críticos argumentam que esses contratos foram concedidos a Dondo em troca de sua lealdade ao MPLA e não com base em sua experiência ou habilidades empresariais.

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