Os especialistas angolanos expressaram otimismo e expectativas altas para o encontro entre o Presidente dos EUA, Joe Biden, e o Presidente de Angola, João Lourenço.
Pedro Godinho, presidente da Câmara do Comércio Angola-Estados Unidos, vê o encontro como uma continuação dos esforços de reforma econômica de Angola que alinham com os objetivos estratégicos dos EUA, como o respeito aos direitos humanos e o combate à corrupção.
Em entrevista a VOA, Godinho também destaca a importância de Angola captar uma parte significativa dos investimentos prometidos pelos EUA a países africanos nos próximos cinco anos.
João Maria Chimpolo, economista, acredita que Angola será o país que mais beneficiará deste encontro, enquadrando-o no contexto da competição econômica entre EUA e Rússia por influência no continente africano.
Já Sérgio Calundungo, analista político e social, espera que o encontro traga benefícios mútuos, vendo o interesse americano em Angola como um sinal de mudança na política externa dos EUA para com a África.
Quanto às relações entre Angola e os EUA, após um período de tensões durante a Guerra Fria, os dois países estabeleceram relações diplomáticas formais em 1993. Desde então, as relações têm sido marcadas pela cooperação econômica e assistência ao desenvolvimento. Embora a importância das exportações de petróleo de Angola para os EUA tenha diminuído, os EUA continuam sendo um dos maiores parceiros comerciais de Angola e a principal fonte de assistência oficial ao desenvolvimento. Além disso, a parceria de segurança regional, particularmente no Golfo da Guiné, tem sido um ponto focal nas relações bilaterais.
Desde o final da guerra civil, os EUA e Angola têm fortalecido sua parceria econômica e de segurança. A administração de Obama declarou Angola como um dos principais parceiros estratégicos dos EUA na África, e tanto ele quanto seu sucessor, Donald Trump, avançaram na parceria de segurança bilateral, com um foco especial na segurança no Golfo da Guiné.
Os dois países assinaram um Acordo de Comércio e Investimento em 2009 e Angola é elegível para benefícios comerciais preferenciais sob o Ato de Crescimento e Oportunidade Africana. A ajuda dos EUA a Angola concentra-se no setor de saúde, com a maior parte da ajuda sendo fornecida sob o programa COVAX durante a pandemia de COVID-19.
