O resultado das eleições para o Parlamento Europeu do dia 9 de junho, em que o partido francês da extrema direita, Rassemblement National, RN, obteve mais do dobro de votos do que o partido Renascimento, do presidente Emmanuel Macron, o que o levou a convocação de eleições antecipadas em França, é um alerta para aquilo que pode ser o futuro da guerra na Ucrânia.

Já era esperado que a extrema-direita tivesse este resultado, mas quanto à esquerda, uma Nova Frente Popular, foi, sem sombra de dúvidas, a grande surpresa destas eleições.

De acordo com as sondagens das eleições em França, de domingo, o Rassemblement National (RN), de extrema-direita, liderando atualmente as sondagens, à frente da aliança de esquerda e da coligação centrista de Macron, o senário das eleições para o Parlamento Europeu pode acontecer também nas eleições legislativas com a victória de ambas as frentes que, ao que se sabe, têm posições muito diferentes das de Macron, nomeadamente em relação à Ucrânia, uma realidade que pode ditar uma mudança das políticas externas da França.

O certo é que, quer o Rassemblement National, partido de extrema-direita, fundado pelo Jean-Marie Le Pen, presidido pela sua filha Marine Le Pen, quer a Nova Frente Popular, ambos estão mais próximos da Rússia do que propriamente de continuar a apoiar a Ucrânia.

Várias sensibilidades da política francesa admitem que o resultado das eleições é extremamente incerto e poderá levar à composição de um difícil governo de colaboração.

Nesse cenário, Macron conservaria a presidência, enquanto Jordan Bardella, do partido de La Pen, de extrema direita, portanto o Rassemblement National, tornar-se-ia, com toda a certeza, o primeiro-ministro, o que debilitaria as políticas de integração.

No entanto, as medidas populistas propostas pelo Rassemblement National, tais como a redução do imposto sobre o valor acrescentado (IVA) e o aumento da despesa em saúde, educação e pensões, entre outras, ver-se-iam provavelmente obstruídas pelas normas da UE sobre o défice estrutura Ante esta realidade, admitem vários profissionais, que o mercado também terá um papel decisivo no momento de abrandar as ambições do Rassemblement National, que provavelmente irá adoptar uma postura fiscal mais prudente face às eleições presidenciais de 2027.

Trump versus Ucrânia

Na sua curta, mas movimentada carreira política, Donald Trump mostrou sempre uma predisposição para simpatizar-se com o presidente russo, Vladimir Putin.

Se Trump voltar à Casa Branca, essa atitude mais positiva em relação à Rússia, que é compartilhada por boa parte da base republicana e por alguns membros do partido no Congresso, provavelmente ressurgirá como uma força motriz na política dos EUA no que diz respeito ao apoio à Ucrânia.

E a simpatia de Trump a Putin é tão adulta quanto isto, pois exemplos são vários, como aquele que faz recordar o cenário durante uma cúpula Rússia-EUA em 2018 na Finlândia, em que ele ignorou os serviços de inteligência dos EUA, optando por acreditar na palavra de Putin de que a Rússia não se intrometeu nas eleições americanas de 2016.

O ex-presidente Donald Trump, cujos aliados querem cortar o financiamento, disse que poderia resolver a guerra em 24 horas, não tendo decifrado o enigma. Seja como for, a própria corrida eleitoral está a ser muito difícil, pois o presidente que for eleito chegará a um país novamente dividido.

Então quanto mais tempo passa, mais difícil fica, e acredita-se que o Trump, caso chegue à Casa Branca, olhará mais para os problemas internos, e a ser assim, enfraquece a posição do Zelensky, que vê o apoio do Ocidente como insuficiente. Pungo a Ndongo 

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