O Presidente angolano, João Lourenço, realizou uma visita oficial a Kinshasa nesta segunda-feira, 12 de agosto, como parte de seus esforços na mediação de paz e segurança na República Democrática do Congo (RDC). Lourenço, que tem desempenhado um papel crucial na tentativa de estabilizar a região dos Grandes Lagos, está determinado a se estabelecer como um líder capaz de realizar o que outros não conseguiram, segundo o investigador angolano Eugénio Costa Almeida, do Centro de Estudos Internacionais do Instituto Universitário de Lisboa.

Durante sua visita à capital congolesa, João Lourenço se encontrou com o Presidente Félix Tshisekedi. Este encontro ocorreu um dia após Lourenço ter estado em Ruanda para assistir à posse de Paul Kagame para um novo mandato de cinco anos. Essas reuniões são vistas como parte dos esforços de Angola para garantir que o cessar-fogo, acordado em 4 de agosto entre as delegações ministeriais de Ruanda e RDC sob a mediação angolana, continue a ser respeitado, inclusive pelo grupo rebelde M23.

Entrevistado pela RFi, Eugénio Costa Almeida expressa cautela quanto ao futuro do acordo, embora reconheça que o cessar-fogo está sendo cumprido pelo M23, grupo rebelde que anteriormente rejeitou o acordo por não ter participado das negociações. Almeida sugere que o cumprimento do cessar-fogo pelo M23 pode indicar o apoio do Ruanda ao grupo, mas também destaca as complexidades e as tensões políticas internas na RDC, que continuam a representar desafios significativos para a paz duradoura.

A ministra dos Negócios Estrangeiros da RDC, Thérèse Kayikwamba, reiterou a disposição do governo congolês em continuar participando no processo de paz mediado por João Lourenço, o que também é esperado por parte de Ruanda. Enquanto isso, Lourenço busca consolidar seu papel de mediador e líder regional, apesar das críticas e desafios que enfrenta internamente em Angola. Sua estratégia parece estar direcionada para garantir a estabilidade de seus vizinhos, reconhecendo que a paz na RDC é vital para a segurança de Angola.

Lourenço está determinado a deixar um legado de pacificação regional, destacando-se como um “paladino” que conseguiu o que outros falharam, apesar das dúvidas e incertezas que ainda cercam o futuro da região.

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