Quando vemos um rato em nossa casa é sinal de que algo está errado. Isso porque os ratos só aparecem quando damos condições para que tenham abrigo, água e alimento.
Os ratos são temidos porque, além de roerem os sacos com grãos, depositam fezes, urina e pelos nos grãos e em outros produtos, tornando-os impróprios para o consumo humano e animal. Os estragos causados por esses roedores nas fiações eléctricas têm causado incêndios e grandes prejuízos.
Os ratos podem mordem humanos. E quando estão para o fazer, primeiro assopram o lugar da mordida para dar uma sensação de alívio a vítima e depois mordem. Normalmente só algum tempo depois é que a vítima percebe o ferimento.
O melhor seria não criar as condições para que os ratos aparecessem, claro. Mas como nem sempre isso é possível, é preciso saber como combatê-los. A princípio, o importante é não tomar nenhuma acção sozinho. Numa comunidade, deve haver união de esforços para que os ratos sejam combatidos ao mesmo tempo. Do contrário, os ratos que se sentirem ameaçados no vizinho A, encontrarão abrigo no vizinho B.
Na nossa sociedade, há homens que se comportam como ratos. Assopram e mordem. Causam grandes estragos, mas só percebemos tarde o resultado das suas acções.
Punge-me o coração quando leio as notícias sobre empresários que em conluio com governantes roubam o famigerado povo angolano que ainda, na sua inocência aplaude os ladroes. A explicação é simples: durante o dia eles se fazem passar de bons samaritanos fazendo pequenos gestos que são amplamente divulgados pela mídia pública e de noite então fazem as grandes reuniões para planear e executar o assalto aos cofres do Estado.
João Lourenço, homem que mostrou boas intenções de combater a corrupção e outras praticas nocivas, devia ler pelo menos os primeiros parágrafos deste artigo para saber como actuam os ratos e perceber que precisam de nós todos para definitivamente combater os ratos humanos que todos os dias roem o erário público.
Os efeitos negativos da corrupção, nepotismo e impunidade são profundamente prejudiciais para uma sociedade. Esses problemas minam a confiança nas instituições, afectam negativamente o desenvolvimento económico, aumentam as desigualdades sociais e comprometem a qualidade de vida das pessoas.
A corrupção, que envolve a obtenção ilegal de vantagens pessoais por parte de funcionários públicos, mina a confiança da população nas instituições governamentais. A falta de transparência e prestação de contas afasta investimentos estrangeiros e prejudica o desenvolvimento económico. Além disso, a corrupção desvia recursos que poderiam ser utilizados para melhorar serviços essenciais, como saúde, educação e infra-estrutura.
O nepotismo, por sua vez, ocorre quando cargos públicos são ocupados por familiares ou amigos próximos, em vez de serem preenchidos com base no mérito. Isso leva à ineficiência na administração pública e na alocação de recursos, à falta de diversidade e competência nos órgãos governamentais e à exclusão de talentos qualificados.
A impunidade, por fim, perpetua um ciclo vicioso de corrupção e nepotismo. Quando os responsáveis por esses actos não são responsabilizados, a confiança nas instituições é ainda mais abalada, incentivando a repetição desses comportamentos.
O papel do Estado na luta contra esses problemas é fundamental. É necessário que o governo implemente medidas eficazes de combate à corrupção, como a criação de agências independentes de controle, a aplicação rigorosa das leis e a promoção da transparência. O fortalecimento das instituições de controle e a garantia de um sistema judiciário independente são essenciais para combater a impunidade.
João Lourenço deve olhar para mídia como aliada nessa cruzada contra a corrupção. Além disso, é preciso investir na educação cívica, promovendo uma cultura de integridade e ética desde cedo. A conscientização da população sobre os efeitos negativos da corrupção e a participação activa da sociedade na fiscalização das acções governamentais são elementos-chave para criar um ambiente onde a corrupção, o nepotismo e a impunidade sejam intoleráveis. Em suma, os efeitos negativos da corrupção, nepotismo e impunidade são vastos e afectam profundamente a sociedade. O Estado desempenha um papel crucial na erradicação desses males, por meio do fortalecimento das instituições, da promoção da transparência e da aplicação rigorosa das leis. Somente com um governo ético e responsável é possível construir uma sociedade mais justa e próspera.
Por João Chilunda – Activista
