Em 17 de Dezembro de 2001, o Presidente angolano José Eduardo dos Santos propôs três cenários para Jonas Malheiro Savimbi, líder da rebelião armada, visando terminar o conflito armado em Angola: rendição, captura ou morte em combate.

Savimbi optou por ignorar, encontrando seu fim em combate. Esta história é um reflexo de que desafiar um Estado legitimamente estabelecido e com apoio popular é um caminho fútil.

Em paralelo, Isabel dos Santos, filha de José Eduardo dos Santos, enfrenta desafios semelhantes, mas em um contexto diferente. A empresária, conhecida como a “princesa” angolana, desafiou as autoridades angolanas e agora enfrenta graves consequências legais e financeiras sob a gestão do Presidente João Lourenço, que assumiu em 2017 com uma agenda anti-corrupção.

Cenário Positivo Ampliado:

Os filhos de José Eduardo dos Santos têm a oportunidade de usar suas experiências e conexões para contribuir de maneira significativa para a sociedade e economia angolana, adaptando-se às novas direcções políticas e económicas do país.

Cenário Negativo Ampliado:

Recentemente, Isabel dos Santos perdeu uma disputa judicial significativa, resultando no congelamento de cerca de 670 milhões de euros de seus ativos por um tribunal britânico. A decisão segue uma série de ações movidas pelo Estado angolano e por empresas públicas e privadas contra a empresária desde a posse de João Lourenço. Em dezembro do ano passado, o Tribunal Supremo de Angola ordenou o arresto preventivo dos ativos de Isabel dos Santos, avaliados em um bilhão de dólares.

Além disso, um tribunal holandês concluiu que Isabel dos Santos desviou 52 milhões de euros da companhia nacional de petróleo de Angola, e a Interpol emitiu um aviso vermelho, solicitando sua localização e prisão provisória. Estes eventos reforçam a ideia de que lutar contra o Estado é uma batalha perdida, com Isabel dos Santos enfrentando crescentes dificuldades legais e financeiras​​​​​​​​.

Só Isabel dos Santos pode escolher o melhor cenário para o seu futuro. Mas se continuar a optar pela via da litigação, é provável que venha acabar pobre e ser dinheiro para pagar os avultados honorários aos seus advogados.

Não é inteligente pensar que o Dubai será eternamente um esconderijo seguro para a empresária. A política é um jogo permanente de interesses e não se sabe quando é que constituirá um valioso activo para as autoridades dos Emiratos Árabes Unidos negociarem com Angola. Na política é tudo provável e previsível.

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