D.R

A parceria comercial entre os Estados Unidos da América e o continente africano volta a estar em análise a partir desta segunda-feira (6 de Maio), na cidade de Dallas, Texas, durante a 16ª Cimeira Empresarial EUA-África.

Organizado pelo Conselho Empresarial para África (CCA), o evento decorrerá até 9 de Maio, com a participação de mais de mil e 500 executivos dos sectores público e privado dos EUA e de África, assim como dezenas de Chefes de Estado e de Governo.

Entre as entidades confirmadas pela organização estão os Presidente de Angola, João Lourenço, e os seus homólogos de Cabo Verde, José Maria Neves, da República Democrática do Congo, Felix Tshisekedi, da Zâmbia, Hakainde Hichilema, e da Nigéria, Bola Ahmed Tinubu.

Para esta cimeira, estão mobilizados, igualmente, centenas de investidores internacionais, funcionários do Governo norte-americano e de entidades multilaterais interessadas, com destaque para a representante dos EUA na ONU, Thomas-Greenfield.

Trata-se de uma iniciativa que visa discutir soluções eficazes para impulsionar parcerias comerciais sustentáveis entre os EUA e o continente africano, que se mostra cada vez mais estratégico e prioritário na política externa da Administracção norte-americana.

Esta cúpula ocorre numa altura em que o governo americano procura consolidar os seus investimentos no “continente berço”, para fazer

face à crescente influência da China, da Rússia e da Turquia, que incrementam as suas parcerias comerciais com os africanos.

O objectivo principal do evento é possibilitar que os líderes africanos contactem, de forma directa, os decisores de governos e do sector privado, a fim de se impulsionar parcerias empresariais sustentáveis entre os Estados Unidos da América e os africanos.

Pela sua dimensão e relevância estratégica, a organização da cimeira prevê levar à mesa temas de importância capital para o fortalecimento de parcerias empresariais mutuamente vantajosas, com particular destaque para o sector do agronegócio.

 Espera-se, pois, que os países africanos estabeleçam pontes e parcerias para darem maior consistência aos seus projectos de desenvolvimento, atraindo investidores dos EUA para os campos agrícolas, um dos principais motores de crescimento das economias de África.

Estudos indicam que os países africanos gastam anualmente, em média, cerca de 45 mil milhões de dólares em importações agrícolas, apesar de terem 60% de terra arável para a produção de alimentos para as populações locais e para o resto do mundo.

De acordo com vários especialistas, o investimento no sector da agricultura em África desempenha um papel decisivo para o sucesso  da Agenda 2063 da União Africana, sendo que a base económica do continente é sustentada pela agricultura e indústria extrativa.

Em África, conforme estudos disponíveis, a agricultura de subsistência é desenvolvida por 70% da população e as mulheres representam 60% da força de trabalho.

Entretanto, a 16ª Cimeira Empresarial EUA-África servirá também para aprofundar a questão das opções de financiamento disponíveis, por meio do Governo dos EUA e de investidores institucionais, assim como de bancos norte-americanos e africanos.

No domínio das Tecnologias da Informação e Comunicação, serão feitas discussões sobre inovações e oportunidades no sector das TIC, enquanto que na área das indústrias criativas se prevê uma abordagem sobre a exploração de parcerias para fortalecer a indústria criativa.

Durante os quatro dias de trabalhos, está igualmente prevista a realização de fóruns específicos por cada um dos países, que facilitarão a interacção com altos funcionários governamentais e líderes empresariais de países com mercados promissores para investimentos.

Painéis temáticos

O programa de trabalho prevê seis painéis temáticos, que contarão com a participação de Chefes de Estado e de Governo de África e altas entidades da políticas norte-americana, com realce para o Diálogo de Alto Nível sobre o Fortalecimento dos Sistemas de Saúde em África.

No caso de Angola, este painel pode ser uma oportunidade para partilhar experiências e melhores práticas de saúde com outros países africanos e dos EUA, ao mesmo tempo que abre portas para entidades do Estado e do sector privado estabelecerem parcerias com organizações internacionais, governos e instituições de saúde.

Outro Diálogo de Alto Nível tem a ver com o tema Desbloquear o Potencial Digital de África –  Enfrentar os Desafios e Expandir as Oportunidades, cujo propósito é apresentar as oportunidades para acelerar a digitalização em África, reforçar parcerias para resolver estrangulamentos críticos, incluindo infra-estruturas.

Por sua vez, o Painel sobre Insegurança Alimentar a Propriedade dos Negócios Agrícolas e o Caso da Parceria Estratégica no Agronegócio entre os Estados Unidos e África terá como foco principal discutir uma parceria estratégica em agronegócios com os EUA, através de negociações bilaterais entre os governos dos países envolvidos.

Um dos painéis de maior relevância para Angola será o Diálogo de Alto Nível sobre Investimento em Infra-estruturas Estratégicas e Crescimento Sustentável, que deverá contar com a participação do Presidente angolano, João Lourenço.

Além deste, o Chefe de Estado angolano deve participar no Diálogo de Alto Nível Navegar o Futuro Energético de África, painel este que visa discutir sobre os desafios e as oportunidades específicas relacionadas com o financiamento de projectos de petróleo e gás. Angop

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