Quer saber como é fácil roubar dinheiro ao Estado? Então leia este artigo para saber como é que a GEMCORP que oficialmente se apresenta como empresa de investimentos focada em mercados emergentes, desenvolveu seu complexo sistema de roubar ao Estado centenas de milhões de dólares.
Na torrente de textos que estão a ser publicados sobre as actividades peculiares da GEMCORP, existe um ângulo que é uma espécie de curso sobre como através de engenharias financeira bem arquitetadas se pode roubar centenas de milhões de dólares ao Estado, contornando a lei e ainda receber agradecimento públicos.
Não fosse a cumplicidade de alguns parasitas, que ainda permanecem na orla de João Lourenço, a GEMCORP já teria sido investigada, condenada a indemnizar o povo angolano e proibida de fazer negócios com o Estado por causa dos prejuízos que lhe tem causado.
Mas a roubalheira não começou agora. Iniciou-se na era de José Eduardo dos Santos, Presidente que praticamente institucionalizou a corrupção no país. Com a entrada no poder de João Lourenço, determinado a combater a corrupção, a empresa sofisticou sua forma de actuação em Angola, mas não deixou de fazer o que lhe é característico: roubar ao Estado.
Documentos consultados pelo portal Diário dos Negócios, revelam “máfia” nos financiamentos que a empresa diz que concede em Angola. Análise profunda, permite concluir que o Estado acaba sendo lesado, como o aconteceu recentemente com a refinaria de Cabinda, que em princípio devia ser financiada pela GEMCORP mas que agora o Estado através da Sonangol está ser obrigado a fazer investimentos pesados para o arranque do projecto.
O Modus operandi da GEMCORP
A empresa apresenta a determinado departamento ministerial uma proposta de financiamento que com ajuda de agentes públicos com os quais mantém relação promiscuía de trabalho, é aprovada e com garantias do Estado. Em regra, a empresa investe uma ínfima parte e pára por aí. Através de seus lobistas mobiliza o Estado a continuar o investimento em que ela é principal beneficiaria.
Uma particularidade nos projectos em que a GEMCORP está envolvida: são as suas subsidiarias que fornecem todos equipamentos ou materiais necessários para a materialização dos projectos. Em casos excepcionais, chama empresas alinhadas aos seus princípios, como é o caso da Odebrechet para a construção da Refinaria de Cabinda.
A empresa, é uma das que mais beneficia de incentivos do Estado angolano, quer fiscais ou de outra natureza comentou fonte conhecedora do assunto, que entretanto salientou o facto de a GEMCORP estar a fazer negócio com os mais relevantes ministérios do país.
Se ela entra em Angola como financiadora é normal que o Estado dê garantias porque os bons negócios se desenvolvem num ambiente de segurança jurídica, política e não só, realçou. Para a fonte, em processos normais a GEMCORP deve honrar os seus compromissos de colocar dinheiro a disposição para fazer funcionar os projectos e não chamar o Estado logo a partida. Isso é fraude, assegurou.
O principal problema em Angola são os governantes corruptos porque uma empresa que já falhou vários compromissos não pode continuar a merecer a confiança do Estado. Não tem capacidade deve ser preterida, concluiu.
