O Presidente do MPLA, João Lourenço, reafirmou hoje, na IX Sessão Ordinária do Comité Central, o papel histórico do partido na luta pela Independência Nacional de Angola, bem como o seu compromisso inabalável com a paz, a reconciliação nacional e o desenvolvimento inclusivo do país, num momento em que Angola se prepara para celebrar os 50 anos da sua Independência.

A reunião, realizada na véspera das comemorações centrais do 11 de Novembro, marcou um momento de reflexão sobre os avanços e desafios enfrentados ao longo de meio século de soberania, destacando conquistas fundamentais como a implantação do multipartidarismo, a consolidação do Estado Democrático de Direito, a adoção da economia de mercado e a realização regular de eleições gerais por sufrágio universal.

Paz e reconciliação: legado e responsabilidade coletiva

O Camarada Presidente recordou que, após décadas de conflito armado, o acordo de paz de 4 de Abril de 2002  impulsionado pelo então Presidente José Eduardo dos Santos, “Arquitecto da Paz” foi o marco decisivo para a reconciliação entre os angolanos. Citou ainda gestos simbólicos e concretos dessa reconciliação, como a exumação e trasladação dos restos mortais de Jonas Savimbi e o pedido público de perdão feito pelo próprio Chefe de Estado às famílias das vítimas dos conflitos políticos entre 1975 e 2002.

Nesse espírito, destacou a criação da Comissão Interministerial das Vítimas dos Conflitos Políticos (CIVICOP), cujo lema “perdoar e abraçar” traduz a visão de uma nação que, apesar das cicatrizes do passado, escolheu avançar unida.

“Lamentavelmente, passados 23 anos de paz, alguns cidadãos insistem numa postura de vitimização permanente, recusando-se a exercer plenamente a sua cidadania. Esse comportamento não serve à paz nem à reconciliação e muito menos ao futuro de Angola”, afirmou, apelando a todos os angolanos para abraçarem o espírito de unidade nacional que caracteriza a maioria do povo.

Unidade nacional e diálogo intersectorial

João Lourenço sublinhou que o progresso do país exige o concurso de todos: partidos políticos no poder ou na oposição, igrejas, empresas, sindicatos, investigadores e organizações da sociedade civil. Saudou, nesse contexto, iniciativas como o culto ecuménico marcado para 8 de Novembro, que simboliza o papel das igrejas na promoção da concórdia espiritual e social.

Empoderamento económico e preparação política

Na agenda da sessão, o Comité Central debateu o tema estratégico “Conteúdo Local nas Indústrias dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás”, reforçando o compromisso do MPLA com o empoderamento de empresários e empresas angolanas em setores-chave da economia. O Presidente destacou os casos de sucesso já existentes e incentivou políticas que promovam maior participação nacional nessas indústrias altamente competitivas.

Olhando para o futuro político, a direcção partidária traçou orientações para o ano de 2026, que será marcado pela realização do Congresso Ordinário do MPLA, em preparação para as eleições gerais de 2027. Também foi destacada a importância do próximo Congresso da Organização da Mulher Angolana (OMA), reconhecendo o papel central das mulheres na construção da nação e na luta pela igualdade de género.

Juventude, parlamento e mobilização partidária

O Presidente do MPLA reforçou o compromisso com a juventude angolana, descrita como “viveiro de quadros” e ponte essencial entre o partido e as novas gerações. Instou ainda à melhor preparação dos deputados do Grupo Parlamentar, considerando o Parlamento um “campo de batalha no bom sentido”, onde se debatem os interesses do povo e se fiscaliza a ação governativa.

Por fim, antecipando as celebrações do 69.º aniversário da fundação do MPLA, em 10 de Dezembro, o líder partidário exortou os comités a nível nacional a realizarem atividades à altura da efeméride, encerrando o ano com força e unidade.

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